Chineses reforçam investimento em Angola

O presidente da Angola Business Corporation, João Paulo Tomás, esteve recentemente na China, onde contactou vários grupos e bancos locais, com vista à obtenção de financiamento e ao estabelecimento de Parcerias Público-Privadas com empresas angolanas ligadas à agricultura, construção civil, energia e pescas. Três grupos chineses confirmaram já que vão reforçar os seus investimentos no país, num valor total estimado em cerca de 650 milhões de dólares.

O grupo Hasan International tem 500 milhões de dólares para investir em projectos agrícolas e está interessado no sector dos petróleos, enquanto a Beijing Construction Engineering Group (BCEG) pretende construir 40 mil casas sociais ao longo dos próximos anos. O grupo Forever Green, por seu lado, está disponível para investir no sector agrícola e na indústria agro-alimentar.

Os financiamentos totais concedidos pela China a Angola somam já 20 mil milhões de dólares, segundo as estimativas da Economist Intelligence Unit (EIU), dos quais 6 mil milhões são referentes às novas linhas de crédito para investimento público em infra-estruturas, abertas na sequência da recente visita do presidente angolano a Pequim. As linhas de crédito de Pequim são vistas, pelo governo de Luanda, como uma alternativa a um pedido de resgate ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dados da Organização Mundial do Comércio indicam que a China já terá subido à primeira posição no ranking dos maiores fornecedores a Angola, ultrapassando Portugal, com trocas de cerca de 30,5 mil milhões de dólares anuais.

Em Agosto, Angola e China assinaram um acordo oficial que permite reciprocidade no uso das moedas de ambos os países, numa tentativa de Luanda reduzir a dolarização da sua economia e dos seus pagamentos internacionais. O acordo garante as compras de petróleo chinesas a Angola e solidifica o seu papel como fornecedor das importações angolanas.